sexta-feira, 15 de abril de 2011

MUDANÇA DA CAPITAL

Na semana que marca o aniversário de 155 anos de Aracaju, João Jatobá foi ao encontro da Professora Nely dos Santos para falar sobre mudança da capital. Afinal de contas, Aracaju é um caso interessante de cidade que já nasceu capital.

Segundo a Professora Nely, alguns dos motivos para a mudança da capital de São Cristóvão para Aracaju foram tanto geográficos quanto políticos, e tinham a ver com o capitalismo e a expansão comercial da época. A necessidade de escoar a produção açucareira por mar, por exemplo, não favorecia São Cristóvão, e apontava a necessidade de procurar uma nova sede para a capital sergipana, com capacidade portuária.

Algumas cidades do Vale do Cotinguiba foram cogitadas, mas coube a Aracaju ser a nova capital da Província, com o presidente Joaquim Inácio Barbosa sendo o responsável por convencer os deputados e sancionar a mudança para a nova capital.

Aracaju não nasceu do zero, como alguns podem ser tentados a pensar. Já havia um povoamento - Santo Antônio de Aracaju – com escola e igreja, fazendas e casebres.

Bom, o povoado de Santo Antônio de Aracaju virou cidade e ganhou o status de capital. Mas ainda precisava ganhar ares de capital. A região repleta de manguezais, brejos e alagadiços foi gradativamente aterrada para receber a estrutura de cidade semelhante a luminosa Paris. O projeto ficou a encargo do engenheiro militar Sebastião Basílio Pirro. O traçado era semelhante a um tabuleiro de xadrez.

Alguns fatos curiosos a respeito de fatos curiosos maçaram essa mudança. 
 
Um deles, diz respeito aos funcionários públicos da antiga capital, que teriam ido dormir sabendo que suas repartições, antes situadas em São Cristóvão, tinham sido transferidas para a nova capital durante a noite. Eles se viram obrigados a rumar para Aracaju para poder trabalhar.
Depois da mudança, se levantou uma figura chamada João Nepomuceno Borges... Você com certeza já deve ter ouvido falar de João Bebe-Água. Ele organizou uma revolta popular com cerca de 400 homens armados pra combater a mudança. Mas o padre da cidade conseguiu apaziguar a multidão pra não usarem de violência. Tinha até umas trovinhas que o pessoal cantava em protesto...
O Barão tá no inferno
O Batista na profunda
O caatinga vai atrás
Com o cofre na cacunda
O ódio expresso na trova é pelo Barão de Maruim, o deputado João Batista Sales e Inácio Barbosa, que ganhou o apelido de “o caatinga”.

João Bebe-Água tinha tanta certeza de que a capital de Sergipe voltaria a ser São Cristóvão, nem que fosse por um dia, que profetizou o fato. Até guardou uns rojões pra soltar no dia. Morreu sem pisar os pés em Aracaju.
E não é que a profecia se cumpriu? Justamente na abertura do I Festival de Arte de São Cristóvão, em 1972, o então governador de Sergipe, Paulo Barreto, decretou a transferência da capital para São Cristóvão por 24 horas. Os sinos da cidade toda tocaram e teve os tais foguetes pipocando. Dito e feito!

Daí pra frente, a cidade avançou, cresceu pra todos os lados, mas não de forma tão ordenada quanto o engenheiro Pirro planejou. Nem por isso, Aracaju deixou de ganhar contornos exuberantes, nas ruas e avenidas, nas praças e praias que a tornaram tão famosa em todo Brasil.

Já se vão 155 anos de uma Aracaju que ainda é menina, uma capital jovem que conquista o coração de quem vem aqui pela primeira vez. Tem gente que sempre volta, e tem gente que nem quer sair mais daqui. Aracaju sempre acolhe a todos de braços abertos.Parabéns Aracaju! Aproveite pra conhecer ainda mais os encantos da nossa cidade, se tornou a capital da qualidade de vida.

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