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Os dias em que se realizava o Festival de Artes de São Cristovão, o FASC, eram marcados por um clima de liberdade e magia que decorriam da união de artistas e visitantes na procura da beleza estética nas suas mais diferentes manifestações populares, nascidas das entranhas do povo simples de nossa terra.
Entretanto, a beleza que marcava o FASC não estava apenas nas apresentações artísticas e culturais, mas também na multifacetada aparência do público que para lá afluía de todo o Estado de Sergipe e além fronteiras: eram “bichos-grilos”, hippies, estudantes de “aparência comportada”, intelectuais, artistas consagrados e outros em busca de seu lugar ao sol, artesões e vendedores de doces e petiscos.
Como nunca fui de hábitos noturnos, voltava cedo para casa, em Aracaju, o que me fazia perder os espetáculos e atrações que iam noite a dentro. Mas, pela manhã, logo cedo, no sábado e no domingo,
retornava à quarta cidade mais antiga do Brasil para respirar aquele ar de alegria e beleza, apreciando as barracas de dormir armadas nas praças ou próximo às igrejas. Completava o cenário as barracas dos vendedores montadas no passeio que circundava as praças e mesmo em um dos lados de algumas ruas mais largas.
Sentia-me culturalmente iluminado, na feliz expressão cunhada pelo professor Zezito. Violência, se havia, nunca presenciei. Mas via a solicitude com que a população local acolhia os visitantes e artistas populares.
No começa da tarde, os grupos folclóricos começavam seu desfile pelas ruas estreitas da velha capital.
Os brincantes, muitos deles idosos, esbanjavam uma vitalidade de nos dar inveja, a nós, os jovens de então: dançar samba de coco, de pareia, naquelas centenárias ruas de calçamento irregular, sob um sol escaldante e trajes que muitas vezes aumentava o calor, não era para qualquer um. Só quem via sentido para sua vida naquelas brincadeiras era capaz de suportar o cansaço com um sorriso de satisfação estampado no rosto: era um momento de glória ser visto por milhares de visitantes que apreciavam o espetáculo proporcionado por aquelas pessoas simples, do povo de São Cristovão, e de outras cidades sergipanas e nordestinas.
Havia muito mais a ser visto, mas a lente de meu interesse mirou apenas o que havia de mais popular naquele que foi um dos maiores festivais de artes do País.
Que o FASC retorne, “para o bem de todos e felicidade geral da nação” !
Hora Reis
Sem querer entrei para ver este blog e que agradavel ler estes relatos.
ResponderExcluirUm abracao a tods e que retorne o fasc, sem eu mesmo ter conhecido, heheheh.
Tigu Guimaraes, desde madrid.