Ministra entrega a São Cristovão (SE), dia 8, diploma conferido à Praça São Francisco em 2010
A comunidade de São Cristovão (SE) receberá, no próximo dia 8 de julho, o Diploma de Patrimônio Cultural da Humanidade, conferido à Praça São Francisco, o 18º bem brasileiro a entrar para a lista da Unesco. O local foi aprovado durante a 34ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, realizada em Brasília, no dia 1º de agosto de 2010. O documento será entregue ao governador Marcelo Déda, em solenidade de comemoração do 191º aniversário de Emancipação Política de Sergipe, às 16h30, pela ministra da Cultura, Ana de Holanda.Construída entre os séculos XVI e XVII, a Praça São Francisco, demonstra de forma singular a fusão das influências das legislações e práticas urbanísticas espanhola e portuguesa na formação de núcleos urbanos coloniais. Desta forma, sua autenticidade está explícita em seu desenho, entorno, técnicas, uso, função, contexto histórico e cultural. O sítio é composto pela Igreja de Misericórdia, pelo Palácio Provincial e Casario Antigo, pela Igreja e Convento de São Francisco, pela Capela da Ordem Terceira (hoje Museu de Arte Sacra) e pela Santa Casa.
No documento apresentado pelo Iphan ao Comitê do Patrimônio Mundial quando da apresentação da candidatura, um dos aspectos ressaltados foi o Conjunto Arquitetônico da Praça, em que está erigido o Convento de São Francisco, um dos mais expressivos remanescentes entre os que foram edificados pela Ordem Franciscana no Brasil Colônia. O local possui uma composição dinâmica própria, em função da monumentalidade do adro, do cruzeiro e da ruptura com a ideia de equilíbrio e simetria comuns a outros conventos franciscanos, sendo que a Praça remete claramente às disposições da Lei IX das Ordenações Filipinas, o que a torna única no processo de ocupação do território brasileiro.
“A Praça São Francisco representa um registro íntegro e autêntico de um fenômeno urbano singular no Brasil, que tem como contexto um período representativo de sua história: a aliança das coroas portuguesa e espanhola sob o domínio dos reinados de Felipe II e Felipe III”, destacou o documento brasileiro.
Ordem do Mérito Aperipê
Durante a solenidade de entrega do Diploma de Patrimônio Cultural da humanidade, o governador de Sergipe condecorará com a Ordem do Mérito Aperipê – a mais alta honraria concedida pelo Estado – personalidades que se destacaram no processo que levou à inscrição da Praça São Francisco na Lista do Patrimônio Mundial, dentre as quais o presidente Luiz Fernando de Almeida, e o chefe da Assessoria de Relações Internacionais, Marcelo Brito, do Iphan.
Haverá ainda apresentação dos grupos populares como Caceteira, Samba de Coco, Reisado e Chegança da cidade de São Cristóvão; São Gonçalo, de Laranjeiras; e Parafusos, de Lagarto; além da Lira Sancristovense e da Orquestra Sinfônica de Sergipe.
São Cristovão
São Cristóvão é uma das mais antigas cidades do país e foi a primeira capital de Sergipe, fundada em janeiro de 1590, no contexto da Dinastia Filipina em Portugal. Os principais monumentos, na Cidade Alta, são cerca de 10 prédios em torno da praça.
A construção teve início em 1693, a partir das doações da comunidade aos franciscanos. Quando a cidade era a capital da Província, o convento abrigou a Assembléia Provincial e o salão da Ordem Terceira era ocupado pela Tesouraria Geral da Província. Já na República, São Cristóvão também aquartelou as tropas do batalhão que combateu os seguidores de Antônio Conselheiro, em Canudos, em 1897.
Tombamento
A cidade foi tombada pelo Iphan em 23 de janeiro de 1967. O Instituto adquiriu e restaurou um dos sobrados da praça onde, atualmente, mantém um escritório técnico e exposições culturais. O Museu de Arte Sacra também fica no complexo histórico e abriga um acervo considerado o terceiro mais importante do país. Existe ainda o Museu de Sergipe cujo acervo é composto por peças que pertenceram às famílias nobres da região. Entre os países em desenvolvimento, o Brasil ocupa o segundo lugar na lista de patrimônios mundiais declarados.
(Texto: Nemésia Antunes, Ascom/MinC)
(Foto da capa: Caroline Borralho, Sefic/MinC)
(Fotos da matéria: Acervo/Iphan)
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