Fonte: Portal do MINC
São Cristovão (SE) recebeu ontem (08) Diploma concedido pela Unesco à Praça São Francisco
Reduto da história social e política de Sergipe, ambiente de manifestações culturais, folclóricas e religiosas, a comunidade de São Cristóvão celebrou nesta sexta-feira (08), o reconhecimento à sua trajetória, recebendo o Diploma de Patrimônio Cultural da Humanidade, conferido à Praça de São Francisco pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em agosto de 2010, durante reunião do Comitê do Patrimônio realizada em Brasília. A solenidade aconteceu no sítio histórico, com a presença da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, do presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Luís Fernando de Almeida, do governador de Sergipe, Marcelo Déda, da secretária de Cultura do estado, Heloísa Galdino, e do chefe da Representação Regional do MinC no Nordeste, Fábio Lima.Prestigiaram também o evento o ex-ministro da Cultura, Juca Ferreira, o diretor da comissão pró-candidatura da Praça de São Francisco de São Cristóvão ao Patrimônio da Humanidade, Thiago Fragata, o embaixador do Brasil no Uruguai, João Carlos de Souza, o assessor de relações internacionais do Iphan, Marcelo José Santos de Brito, além de senadores, deputados federais e estaduais, vereadores, prefeitos e gestores do estado.
Com este título, a Praça São Francisco de São Cristóvão passa a figurar como o 18º patrimônio brasileiro reconhecido pelo Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco. Os outros são 11 bens culturais e sete bens naturais, dentre eles, Ouro Preto (MG), Olinda (PE), Salvador (BA), Parque Nacional da Serra da Capivara (PI), São Luís (MA) e Sete Missões (RS). São Cristovão, que até março de 1855 foi a capital de Sergipe, além de obter o título de quarta cidade mais antiga do Brasil, ainda leva consigo um histórico de resistência e responsabilidade que culminou na fundação do estado de Sergipe, como hoje é constituído.
Estímulo à preservação
Segundo a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, esse momento deve ser consagrado à comemoração, desde que dedicada a devida atenção ao significado do termo: “Co-memorar, ou seja, lembrar juntos, coletivamente, porque é necessário reconhecer a história da cidade, mas também a responsabilidade que o título traz consigo, no sentido de participação de todos em busca da preservação dos edifícios”. A ministra explicou ainda que o mérito deste diploma vem também por “a Praça de São Francisco de São Cristóvão ser um registro único e autêntico de um fenômeno urbano singular no Brasil, período durante o qual Portugal e Espanha estiveram unidas sob uma única coroa”, disse, referindo-se ao tempo em que o Brasil colônia estava sob o domínio dos reinados de Felipe II e Felipe III.
Construída entre os séculos XVI e XVII, a Praça de São Francisco demonstra de forma singular a fusão das influências das legislações e práticas urbanísticas espanhola e portuguesa na formação de núcleos urbanos coloniais. Desta forma, sua autenticidade está explícita em seu desenho, entorno, técnicas, uso, função, e contexto histórico e cultural. O entorno abriga a Igreja de Misericórdia, o Palácio Provincial e Casario Antigo, a Igreja e Convento de São Francisco, a Capela da Ordem Terceira (hoje Museu de Arte Sacra), a Santa Casa, o Museu de Sergipe e a Casa do Folclore Zeca de Noberto.
Para o presidente do Iphan, Luís Fernando de Almeida, o título de Patrimônio Cultural da Humanidade concedido à Praça de São Francisco foi uma conquista não apenas para Sergipe mas para o Brasil. “Esta é uma vitória que nos dignifica como brasileiros. Faziam 10 anos que o nosso país não tinha nenhum patrimônio nessa lista, de forma que o título valoriza também as políticas de Patrimônio que vêm sendo realizadas nos últimos anos”, explicou Almeida.
A solenidade, que se deu na mesma data em que Sergipe comemora os 191 anos de emancipação política, teve ainda a inauguração do posto de informações turísticas de São Cristóvão, e o lançamento de uma edição especial de selo e carimbo postais, que fazem referência ao patrimônio, emitidos pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
As manifestações folclóricas do estado coloriram a comunidade, envolvendo o público numa efusão de ritmos e bandeiras. Se apresentaram, no largo da Praça, os grupos Caceteira, Samba de Coco da Ilha, Reisado de Saturnino e Chegança, da cidade de São Cristóvão; Guerreiros do Bom Jesus e São Gonçalo, de Laranjeiras; e Parafusos, de Lagarto. Houve ainda apresentação da Lira Filarmônica Sancristovense e da Orquestra Sanfônica de Sergipe.
Homenagem
Nesta sexta-feira (8), além da comemoração pelo Diploma de Patrimônio Cultural da Humanidade, houve também a concessão da Medalha da Ordem do Mérito Aperipê a personalidades que se destacaram no processo que levou à inscrição da Praça São Francisco na Lista do Patrimônio Mundial. Os homenageados foram o ex-ministro da Cultura, Juca Ferreira; o subsecretário do Patrimônio Histórico e Cultural de Sergipe, Luiz Alberto dos Santos; o coordenador da Comissão Pró-Candidatura da Praça São Francisco, Thiago Fragata; o presidente Nacional do Iphan, Luiz Fernando de Almeida; o embaixador Permanente do Brasil na Unesco, João Carlos de Souza Gomes; e o assessor de Relações Internacionais do Iphan, Marcelo Brito.
Aperipê: Resistência e Libertação
Conta-se que, no século XVI, o governador das capitanias do Norte do Brasil, Luís de Brito e Almeida, encaminhou-se a Sergipe, acompanhado das tropas oficiais para um embate com os indígenas da região que, a despeito das missões jesuíticas
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